Pão por Deus

Na minha infância o feriado de todos os santos era para juntar vários colegas da escola e íamos pedir de casa em casa, a pé ou de bicicleta com um saco de pano do pão, as pessoas davam-nos doces e dinheiro, algumas davam frutos secos e outras coisas que já não me lembro porque não apreciávamos. Lembro-me que ficava tão contente quando chegava a casa de saco cheio!
Quando cresci deixei-me disso e em adulta confesso que desligava a campainha para os miúdos não me acordarem a tocar à porta num feriado logo de manhã... Nunca abria a porta... Hoje envergonho-me dessa atitude porque estava a desprezar uma tradição e hoje resolvi fazer diferente e fazer para que a tradição se prolongue. Sim, tive doces prontos para que logo de manhã tivesse para oferecer a quem me tocasse à campainha. 
Mas fiquei abismada com a quantidade de coisas que os miúdos carregavam! Eram sacos e sacos de gomas e pacotes de pastilhas e tanta coisa que me fez sentir mal por estar a dar apenas alguns rebuçados, chocolates e gomas... O consumismo desta geração!