Já o faço à 4 anos, são 4 anos de idas ao hospital, são 4 anos em que acabamos por conhecer as pessoas que lá trabalham, por conhecer o espaço e muito do que o envolve. Como em todo o lado e lá não é excepção, perguntam sempre pelos gémeos.
Em conversa com uma das enfermeiras, sem querer, puxamos o assunto da cirurgia que fiz faz quase um ano.
Sem querer emocionamo-nos as duas e sem querer voltei a recordar sentimentos outrora adormecidos.
A enfermeira recordou o dia em que eu lhe liguei a desmarcar a sessão de tratamento que estava marcada para a semana seguinte, o dia em que eu fiz as malas e parti para Londres sem avisos e sem demoras. Recordou que existe imensa gente que tem sessão marcada e nem se preocupa em ligar a desmarcar, que nem se preocupa que tem uma cadeira vaga à espera dela e que não a ocupa impedindo assim que muitos outros não possam beneficiar daquela "cadeira". E que eu mesmo na situação que estava, temendo pela sobrevivência dos meus filhos me lembrei de lhes ligar a desmarcar e dar a triste (ou não, depende da prespectiva) notícia, abalando o dia daqueles que trabalhavam no serviço pela desagradável notícia.
Aquelas palavras podem parecer mera conversa mas foram sentidas, os olhos da enfermeira exprimiram como ficou emocionada de o dizer e eu emocionada também fiquei de o ouvir.
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