terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Feliz 2014


Passei assim rapidinho para desejar a todos um bom ano novo, que o melhor de 2013 seja o pior de 2014. 
Por cá o ano de 2013 foi o melhor e o pior de todos, o ano que marcou uma nova etapa nas nossas vidas para sempre. Provavelmente o melhor de sempre! Por isso apenas desejo que o novo ano seja tão bom como este que passou, desejo a união, a saúde e o amor, tudo o resto virá por acréscimo.
Feliz ano novo!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O internamento de puérpera #2

Como seria de esperar o tempo é escasso para vir partilhar as nossas experiências e sempre que cá venho escrevo um bocadinho mas acabo por ser interrompida e volto mais tarde para continuar por isso finalmente e continuando onde fiquei aqui vai.

O segundo dia foi ótimo, tive uma enfermeira espetacular que também tinha uma irmã gémea então foi muito giro ouvir o que ela tinha para contar. Tentei dormir durante o dia mas sem sucesso... Visitas, mamadas, refeições, médicos, uma eternidade para chegar ao wc, outra eternidade para conseguir urinar e mais outra eternidade para voltar para o quarto. Não conseguia andar, dava passinhos de bebé, não me conseguia dobrar, mal de mim quando caía algo ao chão porque não conseguia apanhar e tinha de pedir ajuda a alguém. As dores eram muitas, andava medicada até aos olhos, tanto paracetamol e nolotil eu tomei! 
Segunda noite calhou-me um enfermeiro que andava com uma seringa na mão a distribuir gotas pelos bebés... como os bebés se lambiam todos e ficavam bem caladinhos! era doce... queres ver que vou ter os meus meninos já com diabetes?! Vim a saber que na noite anterior tinham feito uma lavagem gástrica aos dois pequeninos, coitadinhos...

Terceiro dia e os bebés não estavam a mamar bem apesar dos valores da glicémia estarem bons, já não picavam os pés dos meus meninos, depois de experimentar o mamilo de silicone experimentei a bomba para tirar leite e eis que o mundo se tornou bem mais colorido! Que alívio! Dava o leite materno por uma seringa e já podia descansar o meu peito, como me doía! O bebé maior começou a ficar amarelo... os dois tiveram direito a um berço com solário e eu comecei a ficar mais nervosa, era suposto no dia a seguir ter alta mas com os bebés assim já era incerto.
Terceira noite também foi tranquila, outra enfermeira muito conversadora, muito tranquila e disposta a ajudar em tudo, foi a própria a dizer que se tivessem uma chucha já estariam mais calmos e deixavam dormir melhor. Alguém que me compreende! Verdade que algumas mães ao 2º ou 3º dia já davam chucha aos bebés, eu é que não tinha levado para respeitar as ideologias do hospital.

Quarto dia, eu tenho alta, um médico que nunca olha para as pacientes, apenas lê e escreve nos processos, faz a chamada como se tivessemos na escola, chama o meu nome e diz que tenho alta... e os bebés? É com outro médico. Têm de fazer análises, fazem uma pica no pé com uma seringa que tem 3 bicos, espremem o pé, sai sangue e recolhem. Mais tarde voltam a dizer que era necessário recolher mais sangue ao bebé maior e com um cateter central. Fiquei assustadíssima, onde vão picar o meu bebé? levaram-no e não vi nem soube de mais nada, quando o bebé voltou estava vermelho de tanto chorar, pobrezinho... tanta maldade! Algum tempo depois dizem-me que os bebés têm alta, as análises estavam boas. Tive um misto de felicidade, alívio e medo, uma nova etapa, estamos por nossa conta, novos desafios, o mundo espera-nos.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O internamento de puérpera

Primeiro dia, as visitas acabam e de repente o mundo cai-me aos pés, estou sozinha com dois bebés para cuidar, já me levantei e já fui ao wc e tomei banho mas estar de pé custa tanto, as dores são muitas, como vou ser capaz?
Já não tinha soro, já não tinha algália, já jantei, só queria mesmo descansar mas... os bebés choram. Amamentar é tão cansativo... eles não pegam tão bem como da primeira vez, demoram imenso tempo, as costas não suportam o peso dos bebés, tenho de mudar fraldas e fazer tudo sozinha e a dobrar.
A meio da noite eles choram... os dois ao mesmo tempo! Amamento um mas o que faço ao outro? Não estou a aguentar a pressão e tudo me aflige, não chamo alguém porque eles apenas têm fome e apenas eu posso resolver o problema, eles choram e ninguém parece se importar, ninguém competente aparece para ajudar. Acabo por chamar a enfermeira e peço-lhe ajuda para eu amamentar os dois ao mesmo tempo, resposta negativa, é muito cedo para eu fazer um esforço desses. Com tempo tive de engolir o choro de um para amamentar outro. O primeiro obstáculo foi ultrapassado. Mais tarde eles choram e eu não sei porquê. Voltei a chamar a enfermeira, o bebé mais pequeno engasgou-se e deixou de respirar, a enfermeira vira-o de cabeça para baixo e da-lhe pancadas nas costas, o bebé continua sem sinais de choro. Aquelas imagens foram horríveis e incontrolavelmente desatei a chorar, a enfermeira volta a virá-lo de cabeça para baixo e mais pancadas, não resultou... pela terceira vez repete o procedimento e finalmente o bebé chora. Fiquei tão aflita, não estava preparada para uma fatalidade destas e não estava preparada para a resolver se eu tivesse sozinha... Deitados e prontos a dormir, passados uns minutos o bebé volta a engasgar-se, toquei a campainha mas ninguém aparece, com o desespero desatei aos berros a chamar a enfermeira. Quando ela chegou o bebé já estava mais estável e ela levou-os, depois de muito choro finalmente dormi por 2 horas. O dia começa e os bebés voltam para mim para serem amamentados, tudo volta ao normal como se a noite de ontem tivesse sido apenas um pesadelo.

O tão esperado encontro! #2

Alguns minutos depois despedimo-nos do papá e somos levados para o recobro, onde fiquei durante 2 horas. O primeiro desafio é logo me colocado nos braços, hora de amamentar... Alguns segundos de tentativa e eles fizeram uma boa pega, como fiquei admirada! Seria normal um bebé prematuro ter mais dificuldades mas correu tudo tão bem que até estranhei. Quero dizer, correu bem para eles que comeram... não correu tão bem para mim que fiquei aflita com dores enquanto eles puxavam! Ninguém me avisou o quanto podia doer eles a repuxarem, parece que me vão sugar a alma pelo mamilo! 
Pouco depois começou a tortura aos pequeninos, fazer o teste da glicémia, tadinhos dos meus meninos tão pequeninos e já a serem picados daquela forma, claro que choraram e aquilo deu-me um aperto no coração...
Os valores acima de 50 eram bons, o gémeo mais pequenino tinha 46 e o maior tinha 54, portanto começaram a dar suplemento ao pequenino com uma seringa e adormeceram. Eu estava numa agitação e sempre com o olho neles. Dava por mim a fazer uma maldade que acho que todas as mamãs de primeira viagem fazem, de vez em quando apertava a mãozinha deles para ver se se mexiam e se respiravam... Um acto para garantir se eles realmente estavam bem... Um acto que repeti durante dois dias até ganhar confiança para perceber que eles estão mesmo bem e não vai acontecer nada de mal se ficarem sossegadinhos a dormir.
Nessa altura já me mexia, consegui levantar as pernas para me mudarem, estava algaliada, não sentia mas enchia bem o saco da urina. Tudo parecia tão estranho não ter o controlo absoluto sobre o meu corpo mas tinha mais em que me preocupar... olhar pelos meus meninos e garantir o seu bem estar.
Lanchei no recobro e pelo soro foram me dando medicamentos para as dores, comecei a sentir dores na barriga, estava tudo muito sensível.
Fui para o quarto no internamento das puérperas, tinha um quarto cheio com 6 camas e pouco espaço para ter dois berços ao meu lado, deitada não conseguia ver a carinha de um deles. Mal cheguei vi um caroço de uma maçã podre no chão... que boa impressão...
Chegada a hora da visita e o papá não aparece com a mala e as minhas "coisas", fico nervosa, que dia... constantemente nervosa! O papá não sabe onde estou e os seguranças dizem que eu ainda estava no recobro e que não podia entrar. Bah! Que falta de orientação... 
A agitação começa, as visitas, pessoas a entrar e a sair, muito barulho, a preocupação com os bebés aumenta. Não deviam misturar os prematuros com os restantes, barulho a mais pode deixar os prematuros surdos... Qualquer coisa que possa acontecer e pode ser fatal. Sim, eles são florzinhas de estufa, deviam estar mais 5 semanas protegidos dentro da barriga, por alguma razão os restantes bebés ficam lá... respeitem!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O tão esperado encontro!

Sim, foi no dia 09 de Dezembro de 2013 pelas 9h28 que se deu o tão esperado encontro, o momento mais feliz da minha vida, aquele curto meio segundo que apenas permitiu uma olhadela tão rápida que só implorava em pensamento "quero vê-lo melhor" e 2 minutos depois a cena repete-se com o curto segundo e meio para olhá-lo.
Mas começando do início, escusado será dizer que na noite de domingo para segunda-feira não preguei olho, tinha a cabeça a mil à hora e não havia meio do tempo passar. A ansiedade por não saber o que me esperava, de pensar que dali a 24 horas a minha vida estaria virada de pernas para o ar ou até mesmo quantas voltas de 360º daria a minha vida e quão agitado poderiam as coisas ficar... E se eles nascerem com problemas? E se tiverem de ir para a incubadora? 35 semanas e 5 dias são tão prematuros... e a médica que não me deu a injecção para a maturação dos pulmões... ela esqueceu-se, só pode! E se as coisas correrem mal e terem de me dar anestesia geral? As minhas costas não vão aguentar! Tanta coisa em que pensar que mais valia me darem uma marreta na cabeça para desmaiar e acordar quando tudo tivesse a acontecer.
7 horas da manhã e já vamos a caminho da maternidade, estava marcado cesariana para as 8 horas. Chegada a maternidade com 20 minutos de antecedência as portas ainda estão fechadas... fico no carro a aguardar, as coisas começam bem, já estou à espera como é tão comum neste hospital e sinceramente esperava que passasse longas horas à espera até ser a minha vez de entrar no bloco operatório.
8 horas e as portas abrem, sou a primeira a ser atendida, entro logo para o gabinete da enfermeira e fico logo sem roupa e visto aquelas roupas lindas de hospital. A enfermeira faz um interrogatório do porquê eu fazer já cesariana com 35 semanas... mas não têm o meu processo? Querem que explique os últimos meses em 5 minutos? Perco a confiança que podia restar mas ainda penso que a minha médica vai lá estar e pelo menos há-de ler o que escreveu no processo e lembrar-se do essencial...
Numa questão de 10 minutos já estava a fazer ecografia para ver a posição dos bebés, porque a enfermeira não conseguiu ouvir o coração dos bebés como deve ser. Estão ótimos, o bebé S.A. está lá em baixo de cabeça virada para baixo portanto nascerá primeiro e o bebé S.I. está cá em cima deitado.
Sem demoras sou levada para ser introduzido o soro e vejo que já há uma grávida com soro à espera... Pronto, o hospital no seu melhor a deixar as grávidas à espera como eu previa. Como estava mentalizada que tinha de esperar, os nervos ainda não tinham vindo ao de cima, a enfermeira pica-me o braço, a veia rebentou! A enfermeira pica-me a mão, a veia rebentou! A enfermeira pica-me novamente o braço, a agulha não quer entrar, vamos espicaçar melhor no mesmo sítio e lá ficou o cateter, entretanto aparece outra enfermeira e pergunta se falta muito que estão a minha espera. Sério??? Com essa não estava à espera, no dia em que eu preferia esperar para me mentalizar melhor sou logo despachada? Lá colocam o soro à pressa e vamos que se faz tarde!
Começo a subir as escadas e fico mal disposta, enjoada, não sei se foi das picadelas todas, se foi do cansaço de subir as escadas mas chego ao andar de cima com falta de ar. Despeço-me do papá e fico no corredor enquanto uma enfermeira conversa com outra e a falta de ar não pára, começo a tossir incontrolavelmente, que peso no peito, que falta de ar, quero parar de tossir e não consigo! Um enfermeiro vê o meu estado e leva-me para dentro do bloco operatório e senta-me ao lado da maca onde farei a cesariana. Que imagem tão arrepiante, aquela sala fez-me lembrar uma sala do manicómio da série American Horror Stories. Ligam-me toda às máquinas e o enfermeiro mostra-me no ecrã o nível de oxigénio e está a 99%, serio? Isso devia-me acalmar mas a tosse não pára, começa a entrar cada vez mais gente. Aparece a anestesista com aquela simpatia dela e diz-me que tem um médico de outro hospital muito experiente e que veio de propósito para me ver, já que tinha falado que poderia haver problemas caso fosse necessário intubar-me, ela teve o cuidado de se prevenir e isso deixou-me bem mais confiante. O médico analisou-me a garganta, a coluna e ficou do lado de fora à espera caso fosse necessário chamá-lo.
Sento-me na maca e vem outra anestesista que nem cheguei a ver a cara dela e espeta-me os dedos na coluna, claro que encolhi-me toda! Começou a ralhar comigo e eu só pensei "mas ela não vai espetar-me já com esta tosse toda e se ela falha o sítio?" Pede-me para não respirar! A sério? Está a brincar ou a falar a sério? Sem respirar já eu estou! E a anestesista manda um berro para calar toda a gente do bloco... Estamos bem... Ela picou-me as costas e foi horrível, impossível não me contorcer! A seguir ela diz "não consegui tenho de repetir", preferia não saber! Pica-me novamente mas desta vez já não doeu tanto, fracção de segundos e já não doía nada. A seguir manda-me deitar... mas como? Tenho uma coisa nas costas, a imagem na minha cabeça de ter uma agulha nas costas e deitar-me em cima dela foi arrepiante mas lá me deitei... poucos minutos depois a tosse passou. "Sente frio ou calor nas costas?", era suposto sentir? Não sei o que sinto! Depois de hesitar respondi um tímido "não sei, não sinto nada", resposta certa.
Já me estavam a fazer coisas lá em baixo e eu não via nem sentia nada, o que se passa? Estou tão dormente que tenho tanto frio. Parece que me estão a passar qualquer coisa na barriga, deve ser para desinfectar mas não é agradável, só me faz sentir mais dormente...
Continuo sem saber o que se passa e começa uma agitação na sala, "preciso que venham buscá-lo!", buscar? buscar o quê? o que se passa? vem uma enfermeira com um pano estendido nas duas mãos para traz das minhas pernas e de repente ouço um choro, é o meu amor! O meu tesouro, quero vê-lo! Passam com ele ao meu lado, inclinam-lhe a cabeça para eu ver e seguem caminho para outra sala ao lado. Então? Onde o levam? O que se passa? Só ouço pessoas a falar, e um pergunta-me "como se chama?", outro "hora do nascimento: 9h28", "preciso que venham buscar outro!" tudo isto me parece tão rápido e todos a gritar como se tivesse dentro de um filme a assistir de parte. Outro choro, enfermeiro de toalha estendida nas mãos passa com outro bebé, inclina a cabecinha, pára à minha frente por um segundo e segue caminho para outra sala... "Como se chama este?", "hora de nascimento: 09h30". E os choros pararam, a sala volta a ficar calma. Não sei o que se passa... O que está a acontecer, o que fizeram aos meus bebés... roxos com uma camada branca que pareciam banhados a halibut, onde os levaram? Ninguém me diz nada e eu não tiro os olhos da porta por onde eles saíram, olho para o relógio na parede... Já são 09h45 e não sei de mais nada... não os voltei a ver nem ouvir... que aflição! Será que aconteceu alguma coisa e não me dizem nada? Um enfermeiro está perto de mim mas não pára de escrever. Já me estava a enervar e alguém diz "gémeo 1: 2295 gr", "gémeo 2: 2040 gr" e aparece um bebé nos braços do enfermeiro e chega-o perto de mim, posso vê-lo, beijei-lhe a testa e volta a sair. Aparece outro bebé nos braços da enfermeira, os dois estão vivos! Dei-lhe montes de beijinhos na testa, que momento maravilhoso que vou guardar para sempre comigo!
Volto a perde-los de vista e começo a ouvir um barulho que parecia uma agrafador... não deve ser! Deve ser outra coisa, espero que seja outra coisa porque aquele barulho parece de um filme de terror!
Fiquei sem saber o que era. Tiram-me o lençol da frente e vejo que estavam duas médicas do outro lado, duas médicas que eu nunca vi. Mas onde está a minha médica? Não era ela que cá deveria estar??
Não me interessa, aquela disse que da parte dela já estava pronto. Fiquei satisfeita só com essa frase.
Finalmente dão-me os bebés para eu pegar, um em cada braço, e levam-me dali. Vou para o corredor onde o papá já me espera. O olhar de felicidade do papá foi enternecedor. Olho para os meus meninos e são perfeitinhos, como eu os amo!

domingo, 8 de dezembro de 2013

Um até já

Estimados amigos e seguidores do blog por razões obvias iremos estar afastados nos próximos dias, já aproveitei o máximo que pude a minha barriga/liberdade nos últimos dias (justificando assim a minha ausência), agora começa a ansiedade, o frio na barriga, o desejo de os abraçar mas o medo do que virá e a incerteza do que nos espera. Em breve darei notícias, assim que possível contarei os pormenores. Aqui fica um até já!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Por aqui já é Natal!

Por aqui já é Natal e como a avó diz, só falta vir o menino Jesus, ou neste caso os meninos Jesus!

Este é decerto o melhor Natal de sempre, com o melhor presente de sempre e com a maior alegria de sempre. Feliz Natal!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

35 semanas


Sim, o tempo passa num instante e quando damos por nós já teremos os nossos bebés nos braços. Foram 35 semanas de alegrias, tristezas, medos, ansiedades, dores, cansaço, amor e partilha, emoções inexplicáveis que apenas uma grávida pode experimentar.
Com uma gravidez tão atribulada nunca esperei chegar às 35 semanas mas aqui estamos nós à espera do grande momento, não foi fácil, ninguém disse que o iria ser mas também ninguém espera que uma gravidez seja tão atípica como a minha. Assim com toda a calma posso dizer: meus filhos estamos à vossa espera, venham com saúde que temos muito amor para vos dar.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Afinal o que é o percentil?

Raios partam o percentil que tantos se regulam, só serve para comparação e motivo de orgulho dos pais que dizem que o seu bebé está num percentil alto e motivo de preocupação se o seu bebé está num percentil baixo. 
São apenas medidas estatísticas que nos dizem qual a percentagem da população que tem um valor igual ou inferior. Assim, partindo do princípio que uma criança tem um peso no percentil 25, isto não quer dizer que ela tem pouco peso, porque está abaixo do percentil 50. A única coisa que podemos concluir é que 25% da população de crianças saudáveis com aquela idade tem um peso igual ou inferior ao dessa criança.
O mais ridículo de tudo é que não existem tabelas de percentil para gémeos, ora como se pode comparar o percentil de dois bebés que estão na mesma barriga com o percentil de um bebé só? Se 1 em cada 80 partos são gémeos porque é que ainda não criaram uma tabela de percentis para gémeos e depois fazem os cálculos dos percentis com base numa tabela que é usada para apenas um feto?
De qualquer forma os valores de percentil preocupam-me, sei que não me devia orientar por esses valores mas o certo é que o valor do percentil tem vindo a baixar a cada ecografia. Agora só vou olhar para isso quando nascerem, quando forem independentes um do outro e crescerem por sua conta e medida e já se poder olhar para a tabela como bebés "normais não gémeos".

Mas ainda assim para quem quer medir o percentil do seu bebé, há imensas calculadoras na net, de realçar que os valores são diferentes em diferentes partes do mundo, podem consultar aqui por exemplo.


O chá do bebé

Sim estamos no final da gravidez e não, não fizemos o chá do bebé. A tão desejada festa com motivos tão fofinhos e sonhadores. Confesso que comecei a planear realizar a festinha, entretanto fizemos a cirurgia e depois o internamento e depois o estado de saúde piorou e quando comecei a melhorar a barriga enorme já não me iria permitir organizar uma festa assim. Não será a mesma coisa mas irei ter oportunidade de fazer muitas festas de aniversário para eles e quem sabe usar o tal tema que eu tanto ambicionei, deixo aqui uma foto para um dia não esquecer...


O mercadito da Carlota


Como já tinha falado antes no post do Lisbon Kids Market, o próximo evento que gostaria de ir era o Mercadito da Carlota mas com a condição de ir se já não tivesse de barriga e sem levar bebés atrás. Como isso não foi possível e os bebés ainda cá vão dentro e a oportunidade não surgiu, não fui... Fico à espera do próximo, quem sabe :)

O muro das lamentações

Todos falam do sofrimento que é a hora do parto, as dores e o desejo de "uma horinha pequenina", depois falam do problema que é as horas para dormir quando o bebé nasce, algumas falam dos problemas/sofrimentos de amamentar, algumas falam no inchaço das pernas e o peso da barriga em gravidas... mas porque é que ninguém fala nos restantes problemas de uma grávida? É por ser gémeos ou sou eu que sou muito piegas?
Há 2 ou 3 semanas que não sei o que é dormir uma noite seguida, é horrores para conseguir adormecer com as dores no corpo, tenho de estar sempre a mudar de posição e mexer-me deitada não é tarefa fácil, ora porque espeta numa costela, ora porque não pára quieto e parece que arranha mesmo lá em baixo, antes ainda doía nas costelas inferiores mas agora já é quase as costelas todas e a dor vai mesmo até ao esterno! Depois são as faltas de ar e quando o cansaço é maior que tudo e quase me vence lá vem a azia e a fome... Vamos levantar e comer novamente... o acto de comer desperta-me, então lá vem mais uma odisseia para tentar adormecer e antes disso tenho de ir pela 30ª vez à casa de banho. Durmo 4 a 5 horas e as dores no corpo acabam por me acordar e antes de me aperceber que tenho de mudar de posição novamente já estou com uma fome terrível e são horas de levantar novamente para comer e desperto! Mais 2 horas para tentar adormecer e o dia já está a amanhecer... Há dias que não volto a adormecer e fico-me pelas 4 horas de sono mal dormidas, outros dias acabo por dormir e abster-me do mundo que já acordou e continua...