Já há muito que ando esquecida da doença de crohn ou a tentar esquecer que alguma vez a tive, durante a gravidez e após o parto não tenho tido qualquer manifestação da doença por isso tenho andado a arrastar voltar ao tratamento com infliximab. Contudo para descargo de consciência liguei ao médico e logo me arrependi... Sim, tenho de voltar e é já para a semana! E o "para a semana" foi hoje.
Senti-me um pouco reticente em ir administrar um imunossupressor se ainda estou a amamentar, não me agrada a ideia de poder passá-lo aos bebés e transmiti-o ao médico assim que cheguei ao hospital e levo uma resposta do tipo "se passar para os bebés também já passou durante a gravidez", certamente o médico não pensou na forma como deu a resposta porque fez-me sentir culpada de ter exposto os bebés dessa forma. E continuou "agora o infliximab passa pelo leite para os bebés mas eles digerem a proteína e vai para o intestino", pronto... isso é bom? Fiz o tratamento e vim para casa pesquisar e encontrei o suposto folheto do medicamento:
"Gravidez
O número moderado (aproximadamente 450) de gravidezes expostas ao infliximab recolhidas
prospectivamente com resultados conhecidos, incluindo um número limitado (cerca de 230) de
gravidezes expostas durante o primeiro trimestre, não indica efeitos não esperados sobre o resultado da
gravidez. Devido à inibição do TNFα, existe a possibilidade de que o infliximab, administrado durante
a gravidez, possa afetar as respostas imunes normais no recém-nascido. No estudo de toxicidade no
desenvolvimento efetuado no murganho com um anticorpo análogo que inibe seletivamente a
atividade funcional do TNFα do murganho, não se observou qualquer evidência de toxicidade
materna, embriotoxicidade ou teratogenicidade (ver secção 5.3).
A experiência clínica disponível é muito limitada para excluir o risco, e a administração de infliximab
não é, portanto, recomendada durante a gravidez.
Infliximab atravessa a placenta e foi detetado no soro de crianças até 6 meses, cujas mães foram
tratadas com infliximab durante a gravidez. Consequentemente, estas crianças podem ter um risco
aumentado de infeção. A administração de vacinas vivas em crianças expostas ao infliximab no útero
não é recomendada durante os 6 meses após a última perfusão de infliximab na mãe durante a gravidez
(ver secções 4.4 e 4.5).
Amamentação
Desconhece-se se infliximab é excretado no leite materno ou se é absorvido sistemicamente após
ingestão. Devido ao facto das imunoglobulinas humanas serem excretadas no leite materno, as
mulheres não devem amamentar durante pelo menos 6 meses após o tratamento com Remicade."
Se era suposto deixar-me mais descansada? Não resultou.
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