segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Um mês depois!

Pois é, já se passou um mês que fizemos a cirurgia, parece que foi à tanto tempo, olho-me ao espelho e tenho uma manchinha na barriga, já não há buraco, já não há cicatriz, tudo se resume a uma manchinha e que possivelmente vai desaparecer, fisicamente é tudo o que resta de uma etapa tão importante e decisiva na minha vida. Emocionalmente irei guardar esta data para sempre, não vou deixar esquecer o dia que salvou os meus queridos gémeos.
Faz hoje 10 dias que criei o blog, não é muito mas tem sido surpreendente, não esperava que em tão pouco tempo chegasse às 500 visualizações, nem esperava que metade fosse visto fora de Portugal (um olá aos que visitam o blog nos Estados Unidos, Indonésia, Ucrânia, França, Finlândia, Alemanha, Russia, Sérvia...), quero aproveitar para desafiar os visitantes a deixar os vossos comentários.
Hoje faz ainda 3 meses que o papá e a mamã se casaram, parabéns a nós! :)

sábado, 28 de setembro de 2013

Ofertas e amostras recebidas: check!

Anteriormente publiquei dicas com sites e mail's onde podiam se inscrever e pedir amostras, todas as semanas tenho recebido pelo menos uma surpresa no correio, deixa sempre um sorriso nos lábios.

Ficam aqui as ultimas recebidas:

Barral: Porta documentos e amostra de creme de banho e creme muda fraldas (após envio de factura comprovativo de compra de um barral creme gordo óleo de amêndoas)
Também enviaram cupão, na compra de 3 produtos barral bebé oferecem outro, basta enviar a factura comprovativo de compra.
Fisher Price: brinquedo com guizo e espelho

Dorel: chucha bebéconfort, revista bebéconfort, cueca descartável, 2 almofadinhas de amamentação, bloco de notas quinny
Felicitas: Guia da gravidez, amostra creme gordo vasenol, vale 2€ creme gordo vasenol, vale 1€ loção vasenol pés e pernas, cupões oferta de 6 livros disney, vale desconto verbaudet na mala muda fraldas
Dodot: amostra 8 toalhitas sensitive e vales de 1,50€ desconto em toalhitas Dodot
Skin.pt: amostra creme mustela anti-estrias dupla acção sem perfume, champô e creme banho crianças Phyto, Champoo bebé uriage (na compra de creme anti-estrias)

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Azia... bah!

Um dos maiores tormentos do dia a dia é mesmo a azia... coma doces ou não coma doces, beba água ou sem beber água, há alturas que já nem sei o que fazer!
"Os bebés vão ter muito cabelo" dizem os antigos, só de pensar nisso a azia aumenta, "Os bebés estão encostados ao estômago" então que cheguem para lá! Mas nada faz passar a azia, felizmente existem as ditas pastilhas para a azia que de vez em quando tem mesmo de ser...
E por falar em chega para lá, tenho um ou mais pés a espetar-me as costelas do lado direito, e já está assim à volta de duas semanas... bem que tento esfregar para ver se o dito pézinho sai dali mas não resulta, até de noite acordo com dores na costela e lá tenho de me virar para o outro lado.
Caramba isto de estar grávida tem que se lhe diga...

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

25 semanas

Hoje marcamos 25 semanas de gravidez, os gémeos estão ótimos, gordinhos e cabeçudos segundo o médico, ontem fizemos ecografia, um está com 827 gramas e outro está com 840 gramas.
Fiz também uma ecocardiograma, que normalmente se faz em gravidez gemelar, os corações estão bem.
Tenho sentido dores nas virilhas e comichão nas barriga, sinais que a barriga está a crescer.
De resto estamos muito bem e recomenda-se!

Fraldas reutilizáveis

Aproveito o artigo publicado no De Mãe para Mãe para falar um pouco sobre as ditas fraldas reutilizáveis, são tão fofinhas, com diversos desenhos ou simples, laváveis e voltam-se a utilizar, a mesma fralda dá para usar em vários tamanhos

Um recém-nascido pode gastar em média até 11 fraldas por dia e os bebés com mais idade usam cerca de 6 a 10 fraldas descartáveis por dia. Se o bebé deixar as fraldas por volta dos 2 anos de idade, ele terá gasto cerca de 7.500 a 8.000 fraldas descartáveis, se forem gémeos é só duplicar os números.

Num estudo realizado concluiu-se que as fraldas reutilizáveis permitem:

  • Redução da produção de 1 tonelada de resíduos de fraldas/bebé;
  • Optimizações das lavagens – podem ser lavadas na máquina juntamente com a restante roupa a temperaturas baixas (40ºC);
  • Secagem fácil ao ar sem o recurso a secagem mecânica;
  • Suportam cerca de 800 lavagens;
  • Quando um bebé deixar de usar, podem passar de filho para filho, podendo ser reutilizadas até 3 bebés;
  • Uma poupança de cerca de 500€/bebé.

As fraldas reutilizáveis são compostas por uma lingueta de algodão, dobrada e ajustada de forma a melhor se adaptar às necessidades do bebé e protegida no exterior com uma capa em plástico de modo a evitar fugas.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Doença de crohn

A doença de crohn é uma doença crónica inflamatória intestinal, os sintomas e tratamentos dependem de cada doente, muitos problemas são causados por células imunológicas que atacam uma ou mais partes dos tecidos do tubo digestivo, é comum haver dor abdominal, diarreia, abcessos, fístulas. Atualmente não há cura para esta doença, no entanto os tratamentos permitem alívio dos sintomas e melhoria de qualidade de vida.
É necessário ter sempre atenção em fazer uma dieta saudável, que varia de doente para doente, é comum a perda de apetite e a perda de peso.

Para a gravidez, há quem defenda que a doença pode ter influência na fertilidade da mulher e há quem defenda o contrário, há quem diga que é hereditária e há quem defenda que apenas há possibilidade de 3% dos filhos contraírem a doença ou até 7% caso ambos os pais tenham a doença.

De modo geral, as evidências disponíveis indicam que a doença de Crohn não constitui contra-indicação para a gravidez e nem para o parto (preferencialmente de cesariana), devendo-se preferir que a gravidez ocorra durante o período de remissão da doença.

No meu caso fui diagnosticada à 4 anos, com incidência em ter obstipação e uma fístula. No início fui operada uma vez, meses depois de estabilizada a doença comecei a fazer infliximab, que se trata de um imunossupressor endovenoso, o que me tem mantido em remissão à 3 anos.

Depois do internamento

Saí do internamento com indicações para continuar as injeções de enoxaparina, confesso que não estava muito segura de me ir injetar a mim própria e apesar de tudo o que passei não tenho a coragem de o fazer sozinha, então passei a tarefa ao papá, assim uma vez por dia o papá tem a responsabilidade de dar a injeção na barriga e fá-lo muito bem, já não me dói como doía, não sei se força do hábito ou é mesmo de quem a dá porque já estou à vontade para receber a injeção.
Após ter regressado a casa o meu estado de saúde piorou, o crohn que até agora estava estável fez-me uma partida, uma fístula com dores como não me lembrava de sentir à muito tempo. Dois dias depois fui aos Capuchos com o coração nas mãos e com um medo terrível de voltar a ter de ser internada. Apenas comecei a levar antibiótico endovenoso, ceftriaxone que supostamente não faz mal aos bebés, e assim durante 7 dias deslocava-me ao centro de saúde para levar o medicamento, nos primeiros dias as dores não passavam e comecei a ter um abcesso, só pensava que aquilo tinha de esvaziar e começar a drenar, assim contei com a ajuda da minha mãe e da minha tia e todos os dias lavava-me com água de malvas, após a primeira lavagem o abcesso começou a drenar e as dores começaram a aliviar. Mais uma prova que as receitas caseiras podem ser eficazes. Uma semana depois estava como nova.
Entretanto tive oportunidade de falar com o meu médico de gastro e disse-me que esteve a pesquisar a respeito da cirurgia que fiz e verificou que não devia fazer mais infliximab pois a cirurgia pode facilitar a passagem do medicamento para os bebés e apesar de não ser maléfico para os bebés, o melhor é mesmo não o fazer. Portanto boas notícias e tudo fica bem quando acaba bem.

domingo, 22 de setembro de 2013

Carrinhos de bebé

Desde que engravidei a compra que mais me preocupava era o carrinho dos bebés, para gémeos a oferta é pouca e os preços são exagerados e quando comecei a ver os carrinhos com mais afinco percebi que existem muitos factores a ter em conta como a segurança, a suspensão, o travão, o espaço para sentar, o deitar, a facilidade em abrir e fechar, o tamanho que ocupa quando fechado, o peso, etc, etc, etc.
A minha primeira opção foi o carrinho da Chicco, em termos de preço era o mais acessível mas parecia-me ter poucas funções, demasiado simples.
Entretanto vi o da Bebeconfort que era muito bonito, muito confortável, mas era um preço exorbitante.
Passei para a Bebecar que era um carrinho muito semelhante ao da chicco mas era pouco mais caro.
Vi ainda o da Zoom, aquilo era um autocarro! Não entraria em lado nenhum com o carrinho aberto e em termos de preço também não era convidativo.
O carrinho da Gracco foi o mais barato de todos, mas era difícil de encaixar os ovos no carrinho, não havia espaço entre os ovos, as cadeiras eram muito pequenas e sem conforto.
Os da Quinny são muito caros, não seria opção para nós assim como os da Jané.
Depois desta pesquisa toda e quantos mais carrinhos via mais desesperada ficava optei por ver um carrinho usado. Os meus preferidos eram os da Jané e comprei logo o primeiro que vi, usado não é a mesma coisa que novo mas tendo em conta que o carrinho será usado durante um ano ou pouco mais, o preço compensou e fazemos a festa na mesma :)

Estrias para que te quero?

Com o internamento comecei a ter mais noção dos problemas que uma grávida pode enfrentar. As estrias foi uma delas, já usava creme hidratante na barriga uma vez por dia, quando comecei a ter noção do que realmente são as estrias e que após aparecerem já não desaparecem, então o melhor é fazer tudo para evitá-las mesmo! Uso creme barral óleo de amêndoas, foi o primeiro que experimentei e não mudei mais, parece-me que é o mais em conta e tenho comprado em parafarmácias online que ficam ainda mais baratinhos, já comprei 3 embalagens e para dizer a verdade não vai ficar por aqui. Besunto-me de manhã e à noite, pela barriga, pelas coxas, glúteos, peito... estrias aqui não entram!

O internamento

2 de Setembro 3 horas da manhã, despeço-me do papá com a maior tristeza e sentimento de solidão. Sou internada na MAC na unidade de cuidados intensivos como medida de prevenção e já com a indicação que caso se confirme que tenha mesma uma trombo embolia pulmonar, irei ficar internada até ao parto.
Horas antes já tinha começado a odisseia das injeções de enoxaparina, que são anticoagulantes que se administra na bochecha da barriga, sem eu saber o que me esperava com estas injeções...
Com o pouco que dormi e assustada com aquele novo ambiente, só pensava em ir para casa. Fiz então um raio-x para descobrir o que tinha... resultado esse que deu em nada. Contudo mantinham-me ali e não me podia mexer para lado nenhum, mesmo para ir ao wc tinha de ir acompanhada e de cadeira de rodas, sempre achei que aquilo era um exagero e que eu estava bem.
As injeções continuaram, levava 2 por dia, e doía cada vez mais a injetar e a cada enfermeira que aparecia doía ainda mais. Eu já suava quando sabia que se aproximava a hora de levar a injeção.
Finalmente chegou a hora da ecografia, estava tão ansiosa para saber o veredicto sobre o resultado da cirurgia... Relatório: Ambos os fetos com boa vitalidade. Até cresci! O médico informa que se a cirurgia não tivesse corrido bem pelo menos o feto menor já não estaria vivo, contudo ainda há riscos de haver um parto prematuro, por exemplo.

3 de Setembro, sou transferida para a enfermaria onde se encontravam internadas outras grávidas, a liberdade ali era outra. Finalmente já podia ter telemóvel, tablet, artigos de higiene pessoal (e principalmente já podia usar roupa interior!), já podia ter mais visitas e um horário alargado. Até a comida era mais variada e já podia escolher o que queria comer.
Ao fim do dia vou ao hospital S. José fazer uma angio-tac e um doppler. Estava preocupadíssima com estes exames todos e no impacto que poderia ter para os bebés, afinal à porta diz sempre para as grávidas não entrarem, não me podem dizer que é totalmente seguro... Conclusão: o médico diz que não tenho nada.

4 de Setembro, quarta-feria, 22 semanas, mais um dia que vou passear de ambulância, desta vez até ao hospital dos Capuchos porque tinha o infliximab marcado (imunossupressor para tratamento da doença de crohn) contudo o médico de gastro mostra-se pouco seguro em fazer o tratamento devido à cirurgia dado que nunca teve um caso semelhante e não sabe que efeitos poderá ter o tratamento neste caso e como a doença de crohn está estabilizada não fiz o tratamento.
Volto para a MAC determinada que deverei ter alta, impaciente já com todo o sistema do hospital que não me dá qualquer informação sobre o meu estado clínico e sobre o que pretendem fazer comigo... Finalmente uma enfermeira dá-me soro e indica que é para remover o contraste da angio-tac do meu organismo, para depois ter alta. Esperançosa que no máximo amanhã já iria para casa...

Passaram-se mais 6 dias sem perspectivas de alta, continuava a levar as injeções de 12 em 12 horas e não tinha informações concretas se iria ter alta ou se iria ficar até ao parto. Sem saber ao certo para que levava as injeções dado que confirmaram que não tinha trombo embolia pulmonar, ficava irritada porque ainda por cima aquilo fazia-me sangrar do nariz e já tinha nodoas negras na barriga! Entretanto tive oportunidade de conhecer outras pessoas, aprendi muitas coisas que para uma mãe pela primeira vez não sabe, conheci o hospital e fiquei a saber mais como tudo funciona lá dentro pelo que quando voltar já estarei um pouco mais segura do que me espera.

10 de Setembro, terça-feira, finalmente mais uma ecografia, apesar de todos os dias fazer um tocograma e de ouvir o coração dos bebés, uma ecografia sabemos sempre mais informações. Os bebés estão ótimos, com crescimento acima da média, cabeças enormes, boa vitalidade, líquido amniótico normal, 591 gramas para um e 652 gramas para outro! Para terminar a ecografia da melhor maneira a médica diz-me ainda que devo ter alta porque não estava ali a fazer nada. Era tudo tão bom que não estava a acreditar que fosse mesmo verdade. Mas foi! Passados 9 dias regressei a casa :)

Não posso deixar de agradecer à minha família, à incrível assiduidade com que me visitavam e ao papá que esteve sempre do meu lado.

sábado, 21 de setembro de 2013

Trombo embolia pulmunar

31 de Agosto, De volta a Portugal, exausta de todos os acontecimentos, finalmente comi decentemente e dormi formidavelmente bem durante horas a fio.

1 de Setembro, bela tarde de domingo para descansar e volto a sentir aquelas faltas de ar, não estava confortavel em posição nenhuma, sentia-me sufocada e cansada como se tivesse corrido a meia maratona, respirava ofegantemente. Fomos às urgências da MAC, assim que entrei começam a chegar várias enfermeiras, anestesistas, médicas, todas de minha volta e a fazer montes de perguntas. Ainda fiquei mais assustada e a unica coisa que pensei foi que ainda era cedo para ter um parto, não podia perder os meus meninos agora, não depois de tudo ter feito para o impedir, não agora nem nunca.
Após a ecografia, os bebés estavam bem, fizeram todos os despites e eu comecei a acalmar, não sei como nem porquê a respiração voltou ao normal. Contudo não podia ir para casa sem saber o que tinha acontecido e levaram-me às urgências de S. José para ser vista pela medicina interna.
Horas depois, segundo o resultado de uma análise ao sangue houve suspeita de uma trombo embolia pulmunar. Mas que raio é isso? Grave ao ponto de me levarem novamente para a MAC para ser internada.

Síndrome da Transfusão Feto fetal

Gémeos que dividem uma única placenta (monocoriónicos) são sempre idênticos e trocam sangue entre si. Na Síndrome de Transfusão Feto-Fetal (STFF), um feto torna-se doador de sangue e o outro receptor. O feto doador cresce menos e produz muito pouco líquido amniótico, enquanto o receptor produz líquido amniótico em excesso, crescendo mais. A falta ou o excesso de sangue são ruins para os fetos podendo levar à morte de ambos (ainda dentro do útero) ou ao parto muito prematuro. Sem tratamento, existe apenas 10% de probabilidade dos fetos sobrevivererem.
A cirurgia é feita em ultimo recurso dado as taxas de sucesso pouco animadoras: 1/3 de probabilidade de sobrevivência dos dois fetos, 1/3 de probabilidade de sobrevivência de apenas um feto ou 1/3 de probabilidade de nenhum feto sobreviver.

A cirurgia consiste na introdução de uma “cânula” (agulha mais grossa, de até 3mm) contendo um aparelho óptico (fetoscópio), através da parede abdominal e do útero (sem abrir a barriga da mãe), que permitirão visualizar diretamente os vasos que comunicam a circulação dos fetos. A interrupção da circulação nestes vasos será feita utilizando a coagulação por raio laser.

Podem consultar o site com toda a informação: http://www.artesmedicas.com/ttts.htm

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A cirurgia

29 de Agosto, 8h30m da manhã ligam-nos do hospital para irmos imediatamente para lá para tratar dos bilhetes de avião, a cirurgia está marcada para o dia seguinte. Nesse mesmo dia partimos às 14 horas do aeroporto de Lisboa, fizemos escala em Munique e após 5 horas de voo estávamos em Londres, um novo país com tanto para ver e conhecer e ali estávamos nós na pior das circunstâncias.

Chegada a Londres, eu e o papá apanhamos o metro até à zona do hotel, não fazíamos ideia onde era o hotel nem onde era o hospital, a única informação que a MAC nos deu foi o nome do hotel e o nome do hospital. Tivemos de ligar para o hotel para saber onde era exactamente a localização e qual o metro mais próximo. E assim fomos de Heathrow até Holborn e depois sempre ao telemóvel com a recepcionista do hotel a explicar-nos o caminho até ao hotel, que longa caminhada, estava exausta e já passava das 22 horas. Chegada ao hotel tenho uma cama maravilhosamente grande e confortável mas sem jantar... tudo fecha às 23 horas e assim começa a minha jornada de refeições a sandes...

unica vez que vi o Big Ben e o London Eye
Janela do hospital: Big Ben e London Eye
30 de Agosto de 2013, partida para o King's College Hospital, longíssimo do hotel, enganaram-nos nas indicações fomos para uma estação de metro ainda longe do hospital, apanhamos um autocarro até ao hospital, chegado ao hospital entramos na porta errada e ninguém sabia quem era o professor Nicolaides (a única orientação que nos deram na MAC). Lá conseguimos achar o edifício correcto, onde nos esperavam, e que recepção que tivemos, nunca em outro hospital, publico ou privado, tinha sido tão bem recebida e tão bem atendida, os médicos foram tão atenciosos e tão delicados, explicaram todo o procedimento com tanta calma que transmitiram a segurança que mais precisava naquele momento.
Sendo um hospital escola, havia algumas pessoas a assistir, cerca de 5 a 6 pessoas, mas sempre com respeito nos pediram autorização para ficar na sala. Fizeram uma ecografia, confirmaram o diagnóstico, um feto tinha 0,5 cm de líquido amniótico e o outro tinha 9,9 cm.

E aqui começa o princípio de uma história que não vou esquecer para toda a minha vida, esperamos então a chegada do professor que iria fazer a cirurgia, voltaram a explicar-me todos os riscos da cirurgia, a condição severa em que os bebés se encontravam, como seria feita a cirurgia e por fim assinei o consentimento/termo de responsabilidade. Fui almoçar (novamente uma sandes porque os ingleses não almoçam) e às 14 horas veio o professor... como estava nervosa...
Tenho um monitor diante de mim que me indicam que a cirurgia será vista por lá. Sempre de mão dada ao papá começam por dar a anestesia local, tudo normal até ao momento. É então introduzido um género de um cânulo na barriga, como doeu! Após introduzido não sinto mais nada, introduzem o fetoscópio dentro desse cânulo, o fetoscópio tem uma câmara e um laser, começo a ver tudo no monitor.
E o momento mais feliz da minha vida revelou-se naquele ecrã, vi a cara do meu bebé, a mãozinha de outro, que imagem mais linda e que nunca vou esquecer. Começam então a procurar os vasos sanguíneos e a "queimá-los" com o laser, separando-os, sinto e ouço estalos dentro da minha barriga, fico tão assustada, não doía mas era uma situação normal, 20 minutos depois a cirurgia tinha terminado. O professor despede-se e ficam os restantes médicos a retirar o líquido amniótico em excesso, retiraram perto de 2 litros. Depois simplesmente taparam a ferida com uma gaze e fui para uma salinha sentar-me num sofá à espera (acabei por me deitar apesar do sofá ser minúsculo).
Passado 1 hora (que pareceu uma eternidade) fiz nova ecografia, os bebés estavam bem mas ainda não estavam fora de perigo, o médico informa que é necessário esperar uma semana para termos a certeza que a cirurgia foi um sucesso (serio? e só agora é que me dizem? mais uma semana de agonia?). Saí do hospital pelo meu pé e lá fomos apanhar o metro para o hotel. Ficamos no hotel umas 2 horas a descansar e depois jantamos num restaurante italiano ali pertinho.
Voltei ao hotel e começaram umas dores terríveis, dores como nunca tive antes, doía-me as costas, o peito, todo o tronco parecia que tinha vidros dentro e que me cortavam a respiração cada vez que me mexia. Não conseguia estar deitada, as dores eram insuportáveis, não consegui respirar, o cansaço era demais, dormi sentada na cama...

31 de Agosto, acordei bem, as dores tinham passado, estava um pouco dorida mas capaz de andar. Pensamos ir almoçar a um restaurante português (farta de comer sandes) que nos tinham indicado que ficava na Oxford Circus, fomos de metro até a Piccadilly Circus, que rua bonita, ecrãs gigantes na rua, lojas giras, comi mais uma sandes e voltamos ao metro para ir almoçar, na chegada a Oxford Circus senti-me mal e quase desmaiei.
Muitos vieram socorrer, veio logo um policia que chamou uma ambulância que apareceu 10 minutos depois, melhorei sem terem feito nada e recusei ir ao hospital contudo decidimos que o melhor era ir para o aeroporto esperar a hora do voo calmamente.
Apanhamos um comboio directo para o aeroporto e tristemente nos despedimos de Londres... Chegamos ao aeroporto às 14 horas e o voo era às 19 horas... Almoçamos num restaurante italiano com empregados portugueses, o voo veio atrasado e nem refeição serviam no voo, como chegamos muito cedo ninguém nos avisou que não iria haver comida no avião e foi um stress até finalmente chegarmos a Lisboa a 31 de Agosto pelas 22 horas.

O "cor de rosa" tornou-se "cinzento"

Logo na 2ª ecografia, a 4 de Julho, 13 semanas, já me diziam que eram dois rapazes para grande alegria do pai, já sabíamos que eram gémeos monocoriónicos, pelo que estavam na mesma placenta e como tal seriam gémeos verdadeiros e até aqui apenas isso tínhamos em mente.

3ª ecografia, 29 de Julho, 16 semanas, tudo normal, fetos idênticos e equilibrados, com tamanho acima da média.

4ª ecografia, 21 de Agosto, 20 semanas, as más notícias começaram. Um feto tem pouco líquido amniótico (4,0 cm) e o outro tem líquido amniótico a mais (7,8 cm), indícios de síndrome de transfusão feto fetal. O mundo caiu-me aos pés, a médica começa a falar em possibilidades de ter de ser feita cirurgia, e mais uma quantidade de informação que eu nem consegui assimilar porque era mau demais para ser verdade.

5ª ecografia, 23 de Agosto, 20 semanas, as más notícias continuaram, a diferença de líquido amniótico continuou a agravar, agora um com 3,2 cm e outro com 8,3 cm. É chamado o médico chefe e informa-nos do pior, se continuar assim teremos de ir a Londres fazer a cirurgia para separação dos vasos sanguíneos da placenta. Como eu chorei desalmadamente com esta notícia, a probabilidade de ambos sobreviverem é de 1/3, de apenas um sobreviver é de 1/3 e de os dois fetos não sobreviverem é de 1/3. Malditas estatísticas! Não fazer cirurgia implicaria a morte de um feto e o nascimento do outro com paralisia cerebral. Não havia volta a dar, todos esperaram que a próxima ecografia fosse mais animadora, eu já me consciencializava que ia a Londres, que podia até perder um filho ou até os dois mas iria lutar até ao fim e correr tudo o que fosse preciso para garantir a sobrevivência dos meus filhos.

6ª ecografia, 28 de Agosto, 21 semanas, a ecografia mais rápida de sempre, um feto já tinha menos de 1 cm de líquido amniótico e a partir desta notícia tudo correu a voar, como se eu tivesse adormecida e tivesse a ver tudo através de um sonho. Vamos para casa fazer a mala e esperar que o hospital nos telefone a informar quando partimos para Londres.

Ofertas e amostras

Com o muito tempo livre e pouco para poder fazer dado que não podia fazer esforços, a alternativa é sempre o computador, a pesquisa por coisas e coisinhas de bebés tornou-se o meu mundo.
Mas a variedade é tanta, os preços são tão altos, como escolher o melhor para o bebé ao melhor preço? Pois... é um desafio, ainda para mais quando se precisa de tudo a dobrar...
Encontrei um site tão util que todas as mamãs deviam visitar: http://demaeparamae.pt

Numa dessas pesquisas fiquei bastante interessada na possibilidade de receber amostras e vales de desconto que pus logo mãos à obra e o resultado até foi impressionante, alguns responderam que não tinham amostras para envio, outros enviaram, outros não tive resposta até agora.

Aqui fica uma ajuda para os interessados, se quiserem perder umas horas, eu enviei para a maioria:

- celcis@celcis.pt
- contactos@oleoban.pt
- bebe.confort@dorel-pt.com - Enviaram-me discos de amamentação, cuecas descartáveis e uma chucha da bebéconfort assim como catálogos com os seus produtos que são sempre uteis para comparar-mos.
- ciclum@ciclumfarma.pt 
- linhadirectaskip@skip.pt
- info.portugal@unilever.com - responderam que não
- felicitas.baby.club@felicitas-portugal.com - Enviaram-me um Kit com o guia da gravidez, amostra creme gordo vasenol, vale desconto da mala da vertbaudet, vale com livros da disney gratuitos. E indicam que enviarão outro kit quando o bebé nascer e quando o bebé fizer 4 meses.

angelini.farmaceutica@angelini.pt
babycare@sfd.pt
contact@corinedefarme.fr
contactar_dodot@dodot.com - enviaram amostras de toalhitas e vales de desconto para toalhitas
dermail@dermoteca.com
decubal@decubal.pt
faleconnosco@pt.nestle.com - responderam que não
geral@ofertasloucas.com
geral@bebevida.com
grunenthal.pt@grunenthal.com
huggiesclub@kcc.com
info@robapharm.ch
info@nuk.pt - responderam que não
info@farsana.pt
imprensa@alesgroupe.pt
info@sebamed.com
klorane@pierre-fabre.com
larbrevert@flima.pt
medinfar@medinfar.pt
marketing@alliance-healthcare.pt
medirex@medirexpharma.com
portugal@expanscience.pt
sergio.almeida@mercafar.pt
saninter@saninter.pt - (uriage) - responderam que não
sales@buydefy.com

Sites para se registarem:
www.dodot.pt
http://www.mybabylaroche-posay.com.pt/
http://www.bebegold.com.pt/
http://www.mitosyl.com.pt/#/extras
http://www.felicitas.pt/website/
http://www.dermalex.com.au/samples.html 
http://www.nestlebaby.com/pt/nestle_baby_club/
http://www.happyjama.pt/solicite_amostras_gratis
http://www.barral.pt/info.php
http://www.tena.pt/Mulheres/produtos/amostra-gratis/ - Aproveitem os pensos para o pós parto.
http://www.nutriben.pt/
http://www.klikk.no/bam/
http://www.huggies.pt/bebe-a-bordo/acerca-de/correo-electrónico-de-contacto/ 
Lindor - Peçam os resguardos são óptimos para proteger os colchões ou para colocar no trocador para o bebé não ficar a tocar no trocador gelado
www.johnsonsbaby.pt 
http://www.corinedefarme.com/pt-PT#/home
www.aptamil.p
http://www.mimosa.com.pt/homepage.aspx
http://www.halibut.pt/
http://www.tigex.com/pt-pt
http://www.benesseredonna.it/index.php
http://www.esseredonnaonline.it/
http://www.mustela.pt/pt/main.html#/connexion
https://ns1.resp-canada.net/en/BabyEncyclopedia.asp
http://www.hussana.com/shop/free-halal-sample.php
https://pgconsumercare.secure.force.com/ContactUs/...
https://enter.myfreestyle.com/dtc-landing.html -
https://www.facebook.com/Nexcare/app_411453942286335
http://www.cadeauxbebe.com/inscription.php
http://www.bepanthen.co.uk/
https://ns1.resp-canada.net/en/GrowthChart.asp
http://www.nurserywater.com/offers/

Anemia

A 30 de Junho de 2013 foi o primeiro dia do resto da minha vida, casamo-nos! Que dia maravilhoso, mesmo com dois bebés na minha barriga, já com 3 meses de gravidez tudo correu muito bem.
Na lua de mel aconteceu o primeiro quase desmaio, soube pouco mais tarde que estava com níveis de anemia muito baixos e comecei a tomar ferro oral (maltofer). Uma semana depois começou as crises do crohn, a minha médica de gastro disse que deveria ser devido ao maltofer que causa obstipação e o intestino não estava a absorver o ferro, deixei de o tomar e comecei a levar ferro endovenoso (mais idas constantes ao médico).
Os níveis de anemia não baixaram mais e não voltei a tomar ferro. Pouco depois entrei de baixa médica, as idas para o trabalho já eram um suplício, apanhar o comboio para ir e voltar era mesmo desagradável, foi nesta altura que comecei a perceber (ainda mais) o quanto as pessoas são egoístas, comecei a odiar andar de transportes públicos e a odiar as pessoas que fingiam que dormiam para não ceder o lugar (entre outras coisas que nem vale a pena referir).
Como tinha uma gravidez de risco tive direito a receber baixa a 100%, ainda tentei receber o abono de pré-natal mas não tive direito.

Está grávida e bem grávida

- Está grávida e bem grávida - médica assistente.
- Ah são dois - médico.
- Ahahahahahahahahahahahahahahah - papá.

Dois? mostram-me na televisão por breves segundos duas bolinhas e dizem-me que são gémeos.
O papá de tanto rir contagiou-me o riso mas não estava em mim, tinha logo de me calhar a mim?
Um novo mundo de dificuldades vem-me ao pensamento, não sei cuidar de um bebé, como vou cuidar de dois bebés.

Começamos com a maratona de idas ao médico, comecei a ser seguida na MAC na consulta de gémeos, consultas e mais consultas, análises e mais análises, ecografias e mais ecografias, dei por mim deslocava-me em media 2 vezes por semana ao hospital.
O susto maior passou e comecei a habituar-me à ideia que iria mesmo ter dois bebés...
Com dois meses de gravidez começaram os enjoos, que coisa tão horrivel, má disposição a toda a hora, dia e noite, mal comia, mal dormia (se fosse assim toda a gravidez dava em doida!), enxaquecas terríveis e não poder tomar medicamentos (um simples paracetamol não resultava!), felizmente aos 3 meses passou! Sou a prova viva de que com gémeos é a dobrar...

Era uma vez...

Foi a 29 de Abril de 2013 que a minha vida realmente deu a reviravolta.
O atraso que nunca aconteceu fez-me imediatamente fazer o teste de gravidez e para grande espanto meu, eis que aconteceu... duas riscas rosas... mas.... será que é mesmo? Foi mesmo, após repetir o teste no dia seguinte, confirmou-se que iria ser mamã.
Sem esperar as aventuras e desaventuras que me aguardavam fiquei contente e a notícia foi surpreendentemente boa para a família.

Seguida desde sempre pelo ginecologista no hospital da Cuf Descobertas, eis que vou à primeira consulta de obstetricia. Dado a minha doença de crohn já tinha as analises em dia e tudo mais orientado, confirmado que não tenho imunidade à taxoplasmose eis que o médico começa a disparar tudo o que devo e o que não posso fazer (ou comer), aparece-me um novo mundo de (ainda mais) restrições alimentares e afins...
Saí do consultório desanimada e completamente transtornada com todas aquelas restrições (confirmado mais tarde que o médico era maluco!).
Como estava a ser seguida no hospital dos Capuchos devido à doença de crohn o meu médico de gastro indicou-me a MAC como melhor hospital para ser seguida e lá fui eu a 14 de Maio à MAC para tentar marcar uma consulta.

Na MAC como em todos os hospitais publicos marcar uma consulta é um problema quando se quer que a consulta seja no prazo inferior a um ano, a enfermeira decide então fazer uma ecografia para averiguar se realmente estou grávida e se está tudo bem dado que não teria consulta tão rápido quanto desejado.

"Está grávida e bem grávida", diz a senhora que me faz a ecografia para um senhor que acaba de entrar.